Os 7 pecados capitais da liderança

Os 7 pecados capitais da liderança

A liderança é uma habilidade fundamental em qualquer contexto, seja no mundo corporativo, social ou pessoal. É muito comum identificarmos erros em pessoas iniciantes na profissão, mas quando se trata de liderança, o mais comum são os erros dos mais experientes, pois já alcançaram notoriedade e respeito, e é aqui que muitos esquecem a sua essência e acabam por pecar contra tudo o que construíram, minando a confiança, o crescimento e o desempenho de suas equipes.

É por isso que todos os líderes devem se atentar para os 7 pecados capitais da liderança:

1) Liderança sem referência

Desde pequenos, buscamos por uma referência, seja a mãe, o pai, o irmão, a avó, o professor. A nossa natureza nos leva a buscar um espelho para nos inspirar e, em consequência, espelhar nossas ações. Quando não temos referência, não temos evolução. E quando isso acontece em uma equipe, além de não evoluir, o senso de pertencimento se desfaz, deixam de ser um time e passam a ser um conjunto de pessoas que trilham por caminhos distintos.

O liderado precisa encontrar em sua liderança o exemplo do que fazer, como agir e, principalmente, do porquê deve fazer o que está fazendo. Quando se chega ao topo, é muito comum o líder se acomodar, deixar de acompanhar de perto e não viver aquilo que prega. Essa é a receita certa para perder a credibilidade.

Quando olhamos a jornada de liderança de Jesus, podemos observar que Ele se fez presente com os discípulos em todos os momentos, desde a seleção dos perfis, às demonstrações em sermões e curas, até a sua ascensão ao céu. Jesus mostrou que, para liderar, é preciso ser um exemplo presente.

Um líder que apenas manda e não age conforme os seus próprios princípios cria desconexão e frustração em sua equipe.

2) Deixar de reconhecer

Cada membro da equipe tem sua importância, pois ninguém faz nada sozinho, não é mesmo? É natural que os talentos se revelam e ganhem reconhecimento no começo, mas depois de um tempo as ações e resultados já se tornam normais, e os olhos do líder param de enxergar esse liderado e passam a olhar para um novo, que está começando.

Jesus chama Simão para ser o seu discípulo, altera o seu nome para Pedro e, após algum tempo de convivência e aprendizado, diz ao mesmo:

E eu digo que você é Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do Hades não poderão vencê-la.” (Mateus 16:18)

O reconhecimento é um exercício contínuo para o líder.

3) Falta de feedback construtivo

Já vimos que a presença do líder é fundamental para gerar referência aos liderados, mas  a importância da presença se revela também com a correção construtiva com a equipe. O erro dos grandes líderes é deixar de fazer o feedback para um momento posterior ao ato do liderado, e acaba em muitos casos deixando de lado, acumulando pendências, deixando que uma próxima ocasião se torne uma verdadeira lavação de roupa suja.

Quando algum discípulo agia errado, era prontamente corrigido por Jesus, como podemos observar em Mateus 18:1-4:

Naquele momento, os discípulos chegaram a Jesus e perguntaram: ‘Quem é o maior no Reino dos céus?’Chamando uma criança, colocou-a no meio deles, e disse: ‘Eu asseguro que, a não ser que vocês se convertam e se tornem como crianças, jamais entrarão no Reino dos céus. Portanto, quem se faz humilde como esta criança, este é o maior no Reino dos céus.

A correção imediata é primordial para que o liderado volte ao caminho correto rapidamente, sem abrir margem para outras distrações. Ao fazer isso, o líder deve observar o exemplo de Jesus que, ao corrigir, trouxe exemplos e mostrou o porquê de segui-lo.

4) Não treinar

O treinamento da equipe deve ser contínuo, ou seja, não somente na integração inicial do profissional. Na história em quadrinhos abaixo, podemos entender todas as etapas do treinamento de Jesus com os discípulos:

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5) Delargar ao invés de delegar

As pessoas são movidas a desafios e uma simples mudança na forma de se comunicar com a equipe, altera a mentalidade. Por exemplo, ao passar uma demanda para alguém, tente não dizer “por favor, preciso que faça essa atividade”. Busque criar uma atmosfera que tire-o da zona de conforto, trocando o “por favor” por “temos um desafio e você é a pessoa mais capacitada para superar”. Em qual das duas situações acredita que o time vai se empenhar mais?

Diante da sua missão de liderar, quais desafios vai criar para desenvolver a sua equipe?

Esses versículos ensinam também o poder de delegar. Jesus não poderia, pelo menos em pele humana, estar em todos os lugares para pregar. Por isso, enviou seus discípulos conforme falamos acima e deu direcionamentos sobre o que fazer.

Delegar não significa “delargar”, virar as costas e deixar que outra pessoa conduza. Delegar é um processo com atuação direta do líder desde o início até o fim, ilustrado em quatro passos essenciais:

  1. Demonstrar como deve ser feito: explicar o contexto da atividade/projeto.
  2. Ensinar o passo a passo: mostrar qual a sequência correta
  3. Acompanhar de perto as primeiras execuções do time
  4. Realizar feedback de acompanhamento e demonstrar os próximos passos.

Jesus seguiu esses quatro passos: demonstrou como fazer, ensinou, acompanhou de perto e ouviu as experiências bem-sucedidas de seus discípulos ao retornarem da viagem.

6) Falhar na contratação

Quando lideramos, naturalmente buscamos que os nossos liderados sejam semelhantes a nós. É por isso que ao contratar, buscamos perfis semelhantes ao nosso. Esse é um grande erro, principalmente se o trabalho requer atendimento ao público, pois a quantidade de pessoas diferentes de nós é infinitamente maior do que as que são parecidas, portanto, uma equipe de perfil único terá dificuldade em atuar com o público.

Jesus escolheu 12 discípulos, cada um com um perfil diferente, como por exemplo o Pedro que era temperamental, João o calmo, André o agregador, Tomé o cético.

Até quando escolheu Judas, que o traiu no final, aparentemente parece que agiu errado ao selecionar essa pessoa. Mas sem Judas, não seria possível que Jesus fosse crucificado. Judas foi selecionado para que as profecias se cumprissem.

A seleção de profissionais é uma das etapas mais importantes para o sucesso da equipe.

7) Perder o primeiro amor

Felizmente, sou liderado por uma grande mulher chamada Sonia Lúcia, fundadora e CEO do Grupo ConLicitação. Tenho o prazer de sentar todos os dias da semana em sua sala para tomar um café e me atualizar sobre o andamento da empresa. Certo dia, entrei em sua sala e ela, ao olhar para o computador, exclamou: “Yes, mais uma venda!”. Me deu bom dia e relatou que o sentimento que estava sentindo era o mesmo da primeira venda da empresa, feita há mais de 20 anos.

Essa alegria contagiante é mais do que um reflexo do sucesso financeiro,  é um lembrete do propósito e da paixão que impulsionaram a criação da empresa. A capacidade de manter esse entusiasmo ao longo dos anos é uma qualidade rara.

A empresa saiu do zero à líder de mercado com dezenas de milhares de clientes. O mérito dessa conquista é da CEO que, apesar dos desafios, manteve o coração à frente e, como consequência, colheu e colhe muito sucesso.

Essa atitude me fez refletir que não podemos deixar com que o sentimento da primeira conquista seja esquecido dentro de nós. Mesmo que o ambiente direcione para outro caminho, o nosso dever é preservá-lo.

Preservar esse sentimento é essencial para a inovação e para manter a satisfação no trabalho. Quando nos lembramos do porquê começamos, somos mais propensos a buscar novas ideias e a enfrentar desafios com mais determinação.

Em Apocalipse 2:4, Jesus repreende a igreja de Éfeso dizendo:

Contra você, porém, tenho isto: você abandonou o seu primeiro amor.

Este versículo nos alerta sobre o perigo de perder o entusiasmo e a dedicação que se tinha no começo da jornada. Lembrar do primeiro amor é uma forma de manter viva a sua essência, concentrar energia para vencer as dificuldades atuais, realinhar as ações com os valores e objetivos originais da sua carreira e inspirar a sua equipe.

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